Lukas Ruiz aka Vintage Culture, o meninos das tracks boas

Bafo no Face: Vintage Culture escreve carta aberta aos fãs por não estar no Tomorrowland; festival rebate.

Claudia Assef
Por Claudia Assef

 

A internet é uma praça pública e todo mundo tem o direito de meter a boca no trombone, certo? Hoje foi a vez do DJ e produtor sensação Vintage Culture (Lukas Ruiz, que você ficou conhecendo melhor nesta entrevista ao Music Non Stop) mandar o papo reto dele sobre o fato de não ter sido escalado pela organização do Tomorrowland Brasil para a próxima edição. Em sua fanpage no Facebook ele mandou o seguinte recado aos seus ~fãs, ilustrado com o novo meme predileto do Brasil, a cara de saco cheio da Gloria Pires vendo o Oscar:

“Amigos, muito obrigado pela infinidade de mensagens lamentando a minha ausência e a de tantos outros artistas merecedores no Tomorrowland Brasil.

Existe sim um problema aí, da organização local, da agência que realiza o evento no país e a única coisa que sei é que não parte do lado que me representa pois as pessoas com quem eu trabalho são pessoas alinhadas por uma mesma visão, um mesmo ideal.

Esse ideal vem lá dos primórdios da cultura da música eletrônica e carrega basicamente os valores da liberdade, da igualdade e da união, ou seja, é piegas mas é isso mesmo e não poderia ser melhor, o que pauta nossa cultura é o amor: o amor à música, ao próximo, à vida. Nossa cultura é um oásis em meio às dificuldades que a humanidade vem enfrentando ao longo das últimas décadas.

No ano passado, eu só toquei no Tomorrowland Brasil por um convite pessoal do Dimitri Vegas & Like Mike de graça, por prazer e por todos nós. Esse ano eu teria feito a mesma coisa e cheguei a esperar por isso uns bons meses, esperei muito pra mais uma vez tocar de graça nesse festival, por todos nós, por amor… E mesmo assim não foi dessa vez e talvez não seja nunca mais, tiraram isso da gente.

Eu entendo a revolta de vocês mas não vou deixar isso afetar meu trabalho e meu coração, a nossa cultura é mais forte e vai prevalecer!”

Fecha aspas.

Lá fomos nós falar com o agente do Lukas, Marcelo Arditti, que cavucou ainda mais no buraco.

“Eles acharam que contratar pro Tomorrowland é ajudar, então não quiseram ajudar, não quiseram dar essa chance.
Porém, essa chance só é relevante se o festival for relevante e eles conseguiram desestabilizar a relevância do próprio festival fazendo isso. É um circulo vicioso de extrema burrice”, descascou o manager do Vintage Culture.

Ele cita outros artistas importantes que ficaram de fora no line-up. “O maior artista de techno do Brasil hoje também ficou de fora, o Victor Ruiz. A revelação do ano, Chemical Surf, também ficou de fora – não tem artista que lance em mais labels internacionais relevantes que eles”, critica Arditti.

Como manda o manual do bom jornalismo, fomos ouvir o outro lado.

“Entendemos a frustração de artistas que não constam no line-up deste ano, como também entendemos no ano passado, mas gostaríamos que as pessoas focassem em quem toca, pois, com certeza, não teremos nem horário nem palcos para todos os djs do mundo”, responde Luiz Eurico Klotz, da agência Plus Talent, que booka os artistas para o Tomorrowland Brasil.

Bom, a gente torce que a boa música vença, sempre <3

Claudia Assef

https://www.musicnonstop.com.br

Autora do único livro escrito no Brasil sobre a história do DJ e da cena eletrônica nacional, a jornalista e DJ Claudia Assef tomou contato com a música de pista ainda criança, por influência dos pais, um casal festeiro que não perdia noitadas nas discotecas que fervilhavam na São Paulo dos anos 70.

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