Jazz com arquitetura eletrônica é o som desenhado pelo Niemeier, novo projeto de Anderson Noise, Henrique Portugal e Lelo Zanetti

Bia Pattoli
Por Bia Pattoli

O icônico arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer foi uma verdadeira fonte de inspiração nacional. Teve seu nome ligado a linha de joias, tênis, livros etc. Até a chegada do Niemeier (sim, com no lugar do y original), nome de banda ainda era inédito. Trata-se do trio de jazz com flerte eletrônico arquitetado pelo DJ Anderson Noise em parceria com Henrique Portugal e Lelo Zanetti (tecladista e baixista do Skank, respectivamente).

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O trio durante apresentação no festival Savassi este ano

Inspirados por uma época em que o Brasil era sinônimo de referência cultural, os três formaram o Niemeier para se apresentar na edição 2016 do festival de jazz e música experimental Savassi. Claro, a amizade de muito tempo e o desejo de sair da zona de conforto ajudaram no eixo que colocou os três para fazer um som que flerta com jazz, bossa nova, experimental e é cheio de referências da música brasileira. Batemos um papo com os integrantes sobre a nova empreitada e também para saber o que vem no futuro.

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Music Non Stop  Vocês se conhecem há muito tempo, mas acabaram indo para vertentes distintas da música e possuem carreiras consolidadas. Como aconteceu a aproximação a fim de produzir juntos?

Anderson Noise – Quando o Bruno Golgher (curador do Savassi Festival) me chamou para assumir por mais uma vez o palco do Festival, os dois primeiros nomes que me vieram à cabeça foram dos meus amigos Henrique (Portugal) e Lelo (Zanetti).

Henrique Portugal – Mas a vontade de fazer alguma coisa já estava no ambiente de conversas há algum tempo.

Lelo – Sim, a aproximação veio com a afinidade e amizade mesmo. E o estúdio, pra nós, significa muito para a realização de uma sonoridade específica, sempre temos essa função no Skank, que é buscar a “cara” do disco. Também no Niemeier, com o Anderson Noise, que trouxe toda a atmosfera eletrônica com uma personalidade direcionada ao que estávamos querendo em termos de composição e arranjo.

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Trio Niemeier, um mix originalmente mineiro: Noise, Henrique Portugal e Lelo Zanetti

Music Non Stop – Vocês dizem que a banda traz referências de uma época em que valores estéticos, musicais e culturais brasileiros se espalharam pelo mundo. Contem um pouco sobre o nome da banda.

Noise – Eu sempre gostei da forma como as pessoas soletram e falam Niemeyer por todo o mundo. Mudar o “Y” pelo “I” foi uma idéia do Henrique que nós curtimos e está gerando muitas perguntas ao redor disto.

Henrique – Durante as décadas de 50 e 60, o Brasil era uma referência mundial para a cultura e seus vários aspectos como arte, música e arquitetura. Mas com um sotaque bem popular. Por isto colocamos a terminação Meier.

Lelo – Um nome que traz um conceito estético mundial junto com a sonoridade do trio favorece o reconhecimento da música que fazemos, algo parecido com o St. Germain em Paris. [nota da redação: St. Germain é o nome da área em Paris associada ao movimento Existencialista e também dá o nome do time de futebol, a banda e o café conhecido por suas compilações de música]

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Music Non Stop –  O projeto tem boas doses de música experimental com um pé no jazz e na bossa nova. Lembra um pouco o projeto paralelo que os Beastie Boys tinham. Quais bandas ou artistas influenciam o Niemeier?

Noise – Por todo o período de produção antes do nosso no Savassi Festival eu ouvi tudo do Miles Davis, por agora estou ouvindo muito Nina Simone.

Henrique – A idéia é exatamente esta. Um projeto que tire cada um da sua zona de conforto, mas que não fuja de estilos que conhecemos. Poderia citar como referências Azymuth, Air, St. Germain, LTJ Bukem.

Lelo – Beastie Boys são verdadeiros inventores dessas misturas incríveis, poderia citar também Dave Brubeck no jazz, Jorge Ben Jor, Tom Jobim e Milton Nascimento.

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Music Non Stop – A primeira apresentação de vocês aconteceu agora no Savassi, certo? Como foi a experiência de se apresentar para o público com um formato musical que não como DJ? Ou, para o Henrique e o Lelo, que não com o Skank?

Noise – Eu estava muito animado para este nosso primeiro show, trabalhamos bastante e fiquei muito feliz com o resultado. Foi muito bom mostrar nosso trabalho para um público que, na maioria, era composto de amigos. E o local do nosso palco me agradou muito.

Henrique – A novidade sempre traz um frio na barriga. O resultado final foi ótimo. De uma idéia despretensiosa acabou surgindo um projeto delicioso.

Lelo – Ecxelente! Público muito receptivo e atento ao som que estava tocando, independentemente de classificar o estilo do Niemeier, as pessoas foram escutar a música e se divertir.

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Music Non Stop – Vocês têm projeto de lançar álbum, fazer mais shows? Qual a programação do Niemeier daqui pra frente?

Noise – Temos planos de lançar o álbum ainda este ano e estamos trabalhando para isto. Sobre fazer mais shows, acho que vão acontecer muitas apresentações depois que o álbum sair.

Lelo – Álbum com 11 músicas e algumas participações de cantores que são surpresa ainda, depois uma mixagem em Berlim para a sequência na sonoridade eletrônica. Shows serão sempre bem-vindos!

Henrique – Agora é botar o pé na estrada e criar novas canções.

Veja e ouça uma palhinha do que o projeto promete

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