Peter Hook mostra lado mais punk de Joy Division e New Order em show lotado de energia em SP

Edu Corelli
Por Edu Corelli

FOTOS FRANCIO DE HOLANDA

Minha décima primeira resenha, querido leitor do Music Non Stop, vem em clima “leave me alone” (boas uvas a todos e muita uva em 2017).

Parafraseando a “topzera track monstra” (sim, a palavra “hit” é dita assim pela geração catuaba, e eu deito = amo) do Power, Corruption & Lies, álbum do New Order de 1983, atemporal e muito a ver com a web e o mundo de hoje, tivemos nas últimas semanas na ponte-aérea um exemplo de que um pode ser pouco e três pode ser demais, em se tratando de relationship. Mas, numa separação, ambos lados ganham e semiganham. Entenda melhor esse bafafá lendo a entrevista abaixo.

Na noite desta terça (6), no Cine Joia, em São Paulo, rolou um desfile de fundamento musical by Joy DivisionNew Order performado pelo baixista Peter Hook com mais Lights, que este off-repórter, off- fotógrafo profissional e dublê de DJ presenciou e, no pajubá rápido e rasteiro (amo clichês trintage jornalístico), resume em caixa alta no mimimi do dia: FOI TIRO, FOI GRITO.

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Hook é mestre como todos do clã (góticos/punks/neopunks/electropunks e quanto mais punk você quiser) em criar aquele bass que vira voz numa determinada música. Só googlear e cataremos Love Will Tear Us Apart, Atmosphere, Regret, She’s Lost Control, Thieve Likes Us, todas têm as linhas de baixo mais lindas já criadas, from here to eternity.

E o mezzo ursão, mezzo Mad Max dos baixista (a imagem dele me passa um cara soul free no quesito sexualidade e sensualidade) arrasou ontem, as usual, tocou o ABCDark que lavou a alma e emocionou geral, além do fato do Cine Joia já ter um ranço de anos 80 nas paredes, a aura toda era elegance sem decadence. Vieram todas as tracks que amamos desde o projeto trintage Warsaw, passando por New Order e findando com a segunda (e melhor parte do show) com combo Warsaw + Joy Division.

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Hook conversou com o público e, antes do show,  teve Corvina aka Marina Dias como mestre de Ceremony (música réquiem de todos os tempos, que a banda ofereceu aos mortos no acidente aéreo da Chapecoense).

Peter Hook e sua turma tocaram as 10 mais da instituição New Order no primeiro ato, mostrando-nos que mundo real e virtual é tão fofo com hits que embalam casamento, batizados, crismas e supermercados.

Porém, no segundo ato do show (após uma pausa para os músicos, durante a qual, não sabemos se foi técnico de som ou produção, ouvimos uma mixagem do mantra Your Silent Face, do New Order, com Trans Europe Express do Kraftwerk, que ornou muito).

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Depois do pequeno descanso, sir Peter e sua luz banda voltaram e mostraram o que é ser gótica da pesada (suave deixamos pra geração Y). Foi porrada atrás de porrada, mostrando que a vida é isso = punks is not dead, kids. Nota 9,99 para os atos dessa ópera rock.

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Peter Hook ajeita a blusa do filho, Jack Bates, no intervalo do show

Seria nota 11 se Hook e New Order tocassem juntos, pois, sim, ainda torço para eles noivarem novamente e quem sabe um casamento relâmpago vire uma turnê pelo mundo. Merci aquariano do dia 13 de fevereiro pelo lindo show. Sir Hook e banda seguem na resistência de seu segundo refresh off New Order. Dando um google junto com o produtor e amigo Luis Depeche ontem no show lembramos que nós e uns 50 gatos e gatas pingados vimos no finado Projeto SP o show do Revenge, filho futurista electrohouse de Mr. Hook. E páginas da vida seguem, apart e again.

Veja mais imagens desta noite punk e histórica no Cine Joia

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